segunda-feira, 31 de maio de 2010

"Meus heróis morreram de Overdose..."

Ultimamente tenho me questionado muito quanto aos hérois desta geração...quem são as pessoas dignas de serem lembradas nos ultimos tempos?Eu mesmo sou uma saudosista, daquelas que escuta Beatles e Cazuza e admira pessoas como Mandela e Renato Russo...

Cada dia mais vejo os jovens admirando pessoas completamente sem noção( e quando digo sem noção, é sem noção meeesmoooo), pessoas que não têm muita coisa para oferecer de interessante para a humanidade, pessoas de caráter(no mínimo) duvidoso e que fazem do seu ofício mexer a bunda ou falar meia duzia de besteiras.

Minha ultima revolta com os modelos da sociedade atual são os filmes biográficos, principalmente os filmes brasileiros. Do ano passado para cá ouvi que saíria o filme sobre a vida da Coco Chanel, aquela estilista de renome , vi um filme sobre o Mandela e aqui no Brasil foi recentemente lançado os filmes sobre a vida do LULA e do Chico Xavier. Até aí tudo normal,pois estas são/foram pessoas que fizeram diferença no mundo, cada qual ao seu modo.

Mas aí há pouco tempo atrás, na falta do que ver na tv aberta e  assistindo a Tv Fofoca, vulgo Tv Fama, vi, no mesmo dia, que está sendo negociado um filme sobre a vida do Cantor Belo (aquele que foi preso por tráfico de drogas) e que já foi rodado um outro sobre a vida da Bruna Sufistinha, aquela prostituta que lançou um livro(o.0) há um tempo atrás.

Agora eu pergunto: o que estes dois fizeram de tão interessante para merecerem ter sua vida retratada num filme com bons atores e diretores???? Será que agora estas são as pessoas que nos serve de modelo, pessoas que buscaram um modo mais fácil de crescer na vida???

Achei legal, quando lançaram o filme sobre a vida do Zezé de  Camargo e Luciano por que, querendo ou não, a vida destes dois é uma lição de perseverança para muita gente. Gostei mais ainda quando rodaram o filme sobre a história de Roberto Carlos Ramos, um homem que cresceu na vida através do amor pela leitura. Mas não consigo cogitar a hipótese de ver pessoas lotando as salas de cinemas pra idolatrar pessoas como Bruna Surfistinha, que coloca a "culpa" por ter começado a se prostituir no fato de ser adotiva, mesmo afirmando que a família que a adotou a criou bem, proporcionando experiências boas, e com amor e carinho.

Se as coisas continuarem assim farei como Renato Russo diz em uma de suas músicas:

"Não preciso de modelo, não preciso de hérois
  Eu tenho meus amigos e quando a vida dói
  Eu tento me concentrar no caminho fácil..."

4 comentários:

Anônimo disse...

Lí seu post e achei conveniente comentar. Adorei o texto porque vivemos em mundo que adotou a imagem do "herói".
Na minha opinião, eles existem para nos "alertar da nossa overdose do mundo real" e, ao mesmo tempo, para que possamos cair na real (desta vez sem aspas). Concordo com Renato Russo mas invariavelmente convivemos com eles. Seja nas crenças, na música, no cinema, na política... lá estão eles.
Longe de mim querer responder de uma vez o seu questionamento mas o que tenho visto por aí são pessoas passando por uma overdose de heróis. O meu exemplo: a um ano morria Michael Jackson. Fiquei triste porque ele era um artista completo (descontando as estravagâncias e as polêmicas). Quando criança apanhava de arame de cabide e sob ordem do pai aos 11 anos era obrigado a mentir que tinha 7 anos (para manter a imagem). Adulto, foi um artista premiado mas infeliz com ele mesmo. Uma das músicas dele: "não pare até chegar lá".
Acho que os heróis são isto: o reflexo do quanto somos incompletos e, muitas vezes, nos amparamos nesses "espelhos".

Anônimo disse...

Lí seu post e achei conveniente comentar. Adorei o texto porque vivemos em mundo que adotou a imagem do "herói".
Na minha opinião, eles existem para nos "alertar da nossa overdose do mundo real" e, ao mesmo tempo, para que possamos cair na real (desta vez sem aspas). Concordo com Renato Russo mas invariavelmente convivemos com eles. Seja nas crenças, na música, no cinema, na política... lá estão eles.
Longe de mim querer responder de uma vez o seu questionamento mas o que tenho visto por aí são pessoas passando por uma overdose de heróis. O meu exemplo: a um ano morria Michael Jackson. Fiquei triste porque ele era um artista completo (descontando as estravagâncias e as polêmicas). Quando criança apanhava de arame de cabide e sob ordem do pai aos 11 anos era obrigado a mentir que tinha 7 anos (para manter a imagem). Adulto, foi um artista premiado mas infeliz com ele mesmo. Uma das músicas dele: "não pare até chegar lá".
Acho que os heróis são isto: o reflexo do quanto somos incompletos e, muitas vezes, nos amparamos nesses "espelhos".

Anônimo disse...

Muito bom dia de sexta feira!

Estava observando esse teu texto aqui e lembrei de um que eu tinha postado em meu blog a um tempo atrás (http://revistadoed.blogspot.com/2010/08/estou-ficando-velho.html) e que me chama atençã para os dias de hoje. Tua mensagem aqui vem bem a calhar com aquela mesma ideia de meu texto, por isso a simbiose.

No mais, estou gostando de tuas postagens. Já estou a te seguir e espero voltar aqui mais vezes, assim como espero sua "passadinha" lá.

Um forte abraço e o desejo de muita paz, sempre!

Moyses Godoi disse...

Ótimo post, bem conveniente para a atualidade, essa geração de Tietes que mostra-se completamente sem cérebro, na ansia por heróis tem escolhido os piores possíveis...

A propósito, também gosto muito do Renato, já saiu em Brasília filmes sobre duas músicas dele Faroeste caboclo e Eduardo e Mônica senão estou enganado, estou louco para que chegue aqui no meu estado...

Mandela, Malcom X, Martin Luther King, entre outros está cada vez mais difícil pessoas marcarem como tais a história, principalmente na música...