quarta-feira, 11 de março de 2009

(des)Atualização Literária

Um tempo atrás, visitando a casa da minha mãe, encontrei um dos livros que mais gostei de ler até hoje: O Mundo de Sofia. É uma pena que eu o tenha lido após fazer filosofia, porque se tivesse me interessado antes não teria achado a matéria tão complicada.

Ainda na casa da minha mãe, acabei me deparando com um mundo de livros que li durante a infância e adolescência, e foi aí que reparei que após iniciar a faculdade "perdi" muito do meu interesse pela leitura.

Lembro de, no primario, preferir ficar na sala da biblioteca lendo à ir brincar no pátio da escola ( apesar de eu não aconselhar isso às crianças, pois é muito importante se relacionar com os outros), depois me lembro de, na adolescencia, devorar aqueles livros da coleção "Meu Primeiro Amor"( É, dá um pouco de vergonha lembrar isso, mas era uma leitura muito cativante...rsrsrs), e também sempre haviam os livros que a escola acabava nos obrigando a ler. No inicio eu nunca gostava, mas acaba lendo e me envolvendo com a história e quando eu ia ver já estava nas ultimas páginas e reclamando, no meu íntimo, por está chegando ao fim.

E hoje?Ou melhor, de 2004 pra cá?Não consigo lembrar de um único livro de literatura que eu tenha lido, fora O Mundo de Sofia. Só consigo lembrar de conseguir ler Xerox, partes de livros como Introdução à fulano de tal, Teoria não sei das quantas, e as intermináveis apostilas com reportagens e artigos.

Nessa hora acabo me perguntando, a universidade educa ou simplesmente nos aliena?Depois que entramos nela, acabamos nos fechando cada vez mais. Nos fechamos em um foco de estudo e acabamos desviando quase toda nossa energia para este rumo, e se nos destrairmos por um segundo, acaba nos faltando tempo para as infindáveis coisas boas da vida, como ler um bom livro.

segunda-feira, 2 de março de 2009

E os devaneios se iniciam...

Hoje iniciou oficialmente o semestre letivo para mim, confesso que não estava muito animada, pois este será o primeiro semestre que não estarei mais com as minhas amigas, devido ao meu atraso no curso. No fim acabou sendo muito tranquilo, e nada triste como achava que seria, este primeiro dia de aula.

O interessante do dia é que acabei tendo que rever um pouco da teoria de Carl Rogers e acabei refletindo sobre a base, para mim, desta teoria: a capacidade do indivíduo de auto-realização. Rogers acredita que há em todos nós uma capacidade de sermos tão bons quanto podemos ser, e na Terapia Centrada no Cliente(conhecida também de Abordagem Centrada na Pessoa, ou Psicologia Humanista), o terapeuta é levado a acreditar nesta capacidade do indíduo.
Diferente da terapia freudiana, o terapeuta rogeriano não vai conduzir o cliente ao esclarecimento que ele busca, e sim proporcionar um ambiente favorável para que o próprio indíviduo reconheça as causas dele encontra-se em um estado de incongruencia, vunerabilidade e ansiedade.

Quando estudei Rogers pela primeira vez, confesso não ter gostado dele, pois percebia sua teoria de forma não academicista, como se fosse possivel à qualquer pessoa que desejasse se tornar terapeuta, devido seus conceitos serem baseados em calor humano, aceitação incondicional e escuta. Mas hoje consigo ver qual o ponto alto de tudo que ele fala, pois percebi que muitas vezes não acreditamos naquilo que realmente somos capazes de fazer. Por não acreditarmos em nós, acabamos não acreditando nas potencialidades dos outros, e assim cria-se um ciclo vicioso, onde achamos sempre que temos que ser carregados, e ao mesmo tempo acreditando que temos sempre que carregar os outros no colo(olha aí a incongruencia!!).

O mais interessante da vida de um estudante de psicologia é , que como não temos cobaias em tempo integral para observarmos aquilo que estamos estudando, acabamos tomando assuntos do nosso cotidiano como exemplos teóricos. Como uma boa estudante eu não pederia ser diferente, e hoje acabei avaliando o quanto eu mesma não tenho acreditado na minha capacidade de auto-realização. Desde o meu atraso no curso tenho sido tomada por um crescente sentimento de incapacidade, e hoje acabei percebendo em quanto tenho sido prejudicada por este pensamento.
Acabei culpabilizando aos obstaculos da vida, e deixei de ver a minha parcela de culpa naquilo que vem me causando tanto desprazer...

Pensando bem quantas vezes nos damos a devida parcela de responsabilidade sobre os acontecimentos da nossa vida?!Pois se algo nos aconteceu, não podemos nos eximir completamente da responsabilidade do fato... o que nos levou aquela situação?! e o mais importante de tudo: O que podemos fazer para sair dela?